5 seconds tragedy

Eram mais ou menos 5 da manhã e eu não conseguia adormecer. Estava na cama há mais de uma hora a ver se os meus olhos se fechavam, mas estava-me a parecer tudo um esforço desnecessário. Ouvi no corredor as muletas da minha mãe e a voz dela a trocar tons com a do meu padrasto. E, de repente, ouvi um estrondo. As muletas cairam ao chão e não ouvi nada durante uns segundos. Até que a voz do meu padrasto gritou o nome da minha mãe, e de seguida gritou o meu. "Oh não! Não, não. JENNY! Chama a ambulância!" saltei da cama, peguei no telefone e comecei a digitar o número de emergência, ao mesmo tempo que abria a minha porta e ia para o corredor, onde estava ele com a minha mãe nos braços, que tinha desmaiado durante aqueles poucos segundos que mais pareciam uma eternidade. Comecei a tremer. "Já chamaste?!?!?" "Não, ainda não! está a chamar!" ouvi então a voz dela a dizer que estava tudo bem, a voz já fraca e adormecida. Desliguei. "Não está nada!" afirmou ele. "Chama a ambulância." "Não, eu estou bem." Apaguei então os números. Ele levou-a para a sala. "Tu queres fazer-te de forte mas tu a mim não me lixas hoje, vou telefonar à ambulância na mesma." E deparei-me ali, no meio do corredor, com o telemóvel na mão, e apercebi-me de que não tinha sentido nada.

4 comments:

  1. ai jay este texto está, no mínimo, intenso. já tinha saudades de ler as tuas coisitas, mas a preguiça para estes lados tem sido muita ahah
    pois olha, então agora é que tenho mesmo de ver aqueles filmes. para dizer a verdade já comecei o lost in translation, mas hoje acho que não me está a apetecer muito. maybe tomorrow. e aquele que não viste, é um filme biográfico do ian curtis, o vocalista dos joy division. diz que está espectacular, mas também ainda estou para comprovar. xD

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