Acredita e conquista

Após a ressaca da conquista mais importante de sempre no futebol português é altura de reflectir sobre o que se aprendeu com esta tomada de posse do troféu europeu mais importante a nível de selecções. 

Antes de mais, não nos podemos esquecer que Portugal é um país cheio de história, cultura e verdadeiros heróis que transportaram o nome desta nação ao redor de todo o Mundo desde há mais de um século. Acreditar não é algo comum no povo português, onde se pode ver que falta por vezes mais confiança em nós mesmos, fé nas nossas capacidades, ousadia de querer superar-nos e acreditar que podemos ser os melhores em algo, e no que podemos fazer para tornar o nosso nome, assim como a nossa pátria, algo que orgulharia os nossos antepassados. 

Nós somos D. Afonso Henriques, nós somos Vasco da Gama, nós somos Fernando Pessoa, nós somos Carlos Lopes, nós somos Zeca Afonso. Poderia continuar a referir grandes nomes de portugueses que escreveram a nossa história nas páginas do mundo, mas a lista é interminável pois somos um povo que ao longo de todos os séculos vimos nascer pessoas que elevariam o nosso nome mais alto. Que deram tudo por um país que quiseram ver crescer e deixar o nome de Portugal e dos seus cidadãos na memória de vários adversários, inimigos, eternos rivais.

Foi isso que um conjunto de atletas durante a última semana teve em mente e mais uma vez conquistaram o topo do mundo. Não só de futebol Portugal é feito, mas sem dúvida que na noite de 10 de Julho vimos um pouco de nós, e de cada um das grandes pessoas anteriormente referidas naquele estádio em França. Assim como em Amesterdão na conquista de várias medalhas, desde a meia maratona, ao triplo salto, e até à conquista do bronze por Rui Costa em Liége.

Mais do que todas estas conquistas significaram para o país e para nós, sendo que também nós somos campeões, o nosso povo teve mais uma vez a prova que se acreditarmos tudo é possível. Se quiserem, façam. Se sonharem, persigam. Lembrem-se que o nosso país teve de ser conquistado metro a metro, e defendido muitas vezes com um homem para cada 10 homens dos inimigos. Lembrem-se que algures há alguém a torcer para que encontrem dentro de cada um espaço para ir sempre mais além e vencer. Lembrem-se que em cada célula do vosso corpo está escrito "vitória". Basta querer, basta lutar, basta perseguir. Vão, vão e conquistem o que vos está destinado.

Autor: João Ferreira 
blog usado meramente como meio de divulgação.

Haja o que houver

Tenho experienciado isto há uns tempos, por muitas coisas que eu sinta, por muitos pensamentos que me passem pela cabeça, parece que me sinto incapaz de passar isto tudo para uma folha de papel, como se estivesse a perder a habilidade de me abrir sobre assuntos que vão dentro de mim, como se o meu sistema imunitário, de uma forma muito estranha, me esteja a proibir de me expôr, se calhar prevenindo-me assim de qualquer coisa que inconscientemente me atormenta. Tem mais juízo do que eu, coitado ..

Algo de que me tenho vindo a aperceber nestes ultimos tempos é que a maioria das minhas amigas mais próximas, tirando uma ou duas, estão todas comprometidas, acompanhas, com alguém .. e não estou de maneira nenhuma a querer dizer que estão em melhor posição do que eu ou mais bem acompanhadas, nem sequer estou a insinuar que gostava de ter alguém a meu lado neste momento, porque no fundo nem quero. Porque quem me quer tem uma pontaria terrível para escolhas amorosas e quem eu penso querer .. bom, tem ótima pontaria para ferimentos cardíacos.

E sem me querer desviar muito do assunto, apesar de não ter inveja do que certas pessoas têm nas suas vidas, uma pessoa fica a pensar. Penso em como deve ser bom estar com alguém que também quer estar connosco. Penso em como outrora também senti isso. Pode ter sido por um curto espaço de tempo ou uma serie de vários meses ou anos compressados, formando uma cronologia, mas a verdade é que vejo isso como sorte. Que hajam pessoas que já tenham tido a oportunidade de passar por algo similar. E é essencial que nunca se esqueçam dessas experiências porque são sempre coisas que nos enriquecem emocionalmente. Faz-nos acreditar que há sentimentos que nos tornam melhores, que nos deixam com uma certa sensação de je ne sais quoi dentro de nós. Da maneira como eu vejo as coisas, a base dos melhores sentimentos é a mutualidade, aqueles que partilhamos em igualdade, porque não deixam espaço para que haja qualquer tipo de lacuna emocional.

Neste caso, acho que há uns tempos me apercebi de que tudo é sentido de maneira diferente. Nada é mutuo. Estou agarrada a um conjunto de momentos, memórias e sentimentos verídicos, mas porém longínquos e a uma idealogia trágica de um presente interligado em demasia com o passado. E tudo junto toma a forma de um ser humano que, de tanto roçar na ausência, se tornou num fantasma. É algo de supernatural, que só me atormenta porque ainda insisto em acreditar, sinto uma presença mas no fundo sei que não existe. Sofro de um défice terrível, quero acreditar numa realidade onírica. E sei que isto nunca vai nunca vai passar de conteudo para textos melodramáticos que só ficam bem imprimidos em pergaminho. E é por sabê-lo que escrevo sobre isto, porque é desta maneira que sinto o poder, quase escasso, que tenho sobre a situação. E eu não sei o que é o amor, mas gostaria de acreditar que o que senti possa ser considerado como tal.