amizade incondicional

isto é como se fosse uma carta, até a vou escrever dirigindo-me directamente a ti, porque acho que as cartas pessoais são as mais bonitas. pronto, esta aqui não é lá muito pessoal, visto que mais doque uma pessoa a vai ler. e com sorte, a pessoa a quem ela é dirigida vai acabar por lê-la, não sei. veremos. hoje acordei e logo que abri os olhos, a letra daquela musica, vinda do rádio da cozinha, penetrou os meus ouvidos e não me deixou mais fechar os olhos, por muito que eu tivesse querido fazê-lo. não é habito acordar e ter-te logo ali, a vaguear no meu pensamento, mas hoje é domingo, aquele dia da semana em que sabemos que nessa noite, não vamos poder ir deitar-nos a hora que bem nos apetece. sabemos bem que a uma certa hora vamos ter de controlar se está tudo preparado para entrar-mos na segunda-feira. eu detesto fazer esses controlos, eu detesto domingos. não te preocupes, eu não te detesto. conheces-me o suficiente para saberes que não sou dessas pessoas, daquelas que detesta. quer dizer, eu mudei, claro. mas ainda tenho o mesmo coração, isso em mim não mudou. mas adiante, logo quando ouvi essa musica, soube que hoje não ia ficar satisfeita enquanto não escrevesse o que me vai na alma. tem de ser sabes? desculpa mas não gosto de andar com peso a mais na alma. a nostalgia é lixada, não achas? é como se as vezes, procurasses no meio da tua caixinha onde tens coisas que enfias para lá sem nexo e de vez em quando sentes aquela necessidade de ires la buscar alguma coisa que naquele momento, queres ter contigo e quando chegas á caixinha e reviras tudo de avesso, no fim apercebes-te que já não está lá aquilo que precisas/queres. é mais ou menos assim. as vezes preciso de ti, nem que seja só por alguns minutos, só para falar sobre o que me vai na cabeça, sobre as minhas magoas e preocupações, para me aliviar um pouco. ou então sinto a estranha vontade de te contar uma coisa, ou então enviar-te uma musica, ou até mesmo saber se esta tudo bem contigo. mas nunca estas. eu poderia muito bem pedir desculpa por ainda pensar em ti. mas se é isso que esperas de mim, esquece. eu não vou nunca pedir desculpas por isso, não me obrigues a ser hipócrita, nem por ti eu iria tornar-me nisso. também não te vou pedir desculpa que a amizade que sinto por ti é incondicional. acho que as vezes que me desiludiste mais foi quando te mostrei que ainda podes contar comigo, e que ainda és importante para mim, e tu limitaste-te a rebaixar-me, de uma certa forma. agora que penso no assunto, fizeste-me sentir fraca e patética. e isso sim, foi uma grande injustiça da tua parte. mas esses dias já passaram. e queria de novo agradecer-te. naquele dia, fechei o capitulo, pusemos os pontos nos i's (ou ao menos tentei com que isso acontece-se) e abri um novo capitulo, aquele em que tu vives ai, e eu aqui. e mesmo se te conheci e tu me conheces-te, sou obrigada a tratar-te como se fosses um estranho. um estranho que espero um dia me diriga a palavra, mesmo se for só para me dar o bom dia e perguntar como ando. até la, não te esqueças que podes contar comigo para tudo e que eu te desejo, do fundo do coração, tudo o que há de bom neste mundo.

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