pensamentos proibidos

No meio da festa, sai porta fora. Estava demasiado barulho naquele sitio repleto do fumo do tabaco, do cheiro a alcool e a musica 'House' estrava-nos pelos ouvidos a dentro, impedindo-nos de pensar. E era de pensar que eu precisava agora, mesmo sabendo que não era a melhor coisa a fazer. pelo menos não sobre os pensamentos que iriam surgir na minha mente. Andei pela rua abaixo e os unicos ruidos que ouvia eram os meus passos, a minha respiração e no fundo, ainda se conseguia ouvir a musica 'House, vinda da festa. Andei mais um bocado até ter chegado a beira de um precipicio. sentei-me a beira deste, deixando os meus pés baloiçar no vazio. Como sempre tive vertigens, de vez em quando sentia um certo medo e ao mesmo tempo um leve aperto no coração. Mas não me importei e permaneci ali sentada. Não tinha reparado no silêncio constrangedor, mas ao mesmo tempo reconfortante, que me redoava, até ter fechado os olhos e me ter concentrado sobre os meus pensamentos. estava tudo tão silencioso que até me senti em paz, e era exactamente disso que precisava naquele momento. Varias vezes parecia que ouvia passos e ficava com uma sensação estranha de que estava alguém atras de mim. Então, num apice virava a cabeça para tras, mas não estava la ninguém. So eu, rodeada de silêncio, este as vezes interrompido pelo soprar do vento que batia contra as folhas das arvores. Apos ter virado a cabeça varias vezes a procura dos tais passos que tinha ouvido, voltei a vira-la para a frente e assim me deixei ficar. E mais uma vez ouvi os tais passos, so que desta vez não olhei para tras, acreditando que tinha sido so mais uma partida da minha imaginação. De repente, senti alguem sentar-se ao meu lado, deixando este também os seus pés pendurados, baloiçando no vazio. - Bem sabia que não estou maluca, ainda., disse eu, num Tom baixinho. Ele esboçou um sorriso: - Descança, não estas. Dei por ti a saires da festa e decidi seguir-te. Quando te vi aqui sentada, não tive a certeza se querias que incomodasse o teu momento silêncioso. Mas preferi arriscar doque ficar na duvida. - Seguiste-me? estranho, nem dei por ti atras de mim. Deves ter feito mesmo muito pouco barulho. - Ou então, tu simplesmente não estavas atenta. tens andado demasiado pensativa. O pior, é que ele tinha razão. E prontos, ali ficamos os dois sentados, um ao lado do outro, mantendo uma certa distância e com o olhar fixando o horizonte. Depois de um bocado, deitei-me e olhei para ele. Quando os nossos olhares se cruzaram, ele voltou a esboçar um sorriso aquecedor. mas por alguma razão que desconhecia, não encontrei uma razão para esboçar eu também um. Então, desviei o olhar e fixei as estrelas no ceu: - Quando é que sabemos se uma coisa pode passar a ser outra? Onde é que esta marcado o limite? Como é que aprendemos a distinguir o certo do errado, quandos estes nos são desconhecidos? Como é que aprendemos a interpretar sinais, gestos, momentos ou palavras da forma certa e sera que em alguns casos, deixamonos invadir pela ilusão e pelo desejo, recusando-nos a aceitar a realidade?, perguntei-lhe. Durante uns segundos, a resposta que me foi dada foi o mesmo silêncio que me redeava abecado. E apos mais uns segundos que seguiram, ele deitou-se ao meu lado, fixando ele também as estrelas e murmurou: - realmente, dava jeito ter essas respostas de vez em quando. E por muito mais que eu o conhece-se e ele a mim, durante aquele curto espaço de tempo, tornamonos estranhos e nem um nem o outro conseguia perceber que pensamentos vaguevam na cabeça do outro.

1 comment:

  1. tao bonito ! ^^

    tao facil imaginar cada palavra tua!^^

    that's why i love'it!

    Bjaum^^

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