14:15 pm

ainda me lembro de quando apareceste na minha vida, há uns atrás. não sei de onde vieste, nem sei porque demoraste tanto tempo. só sei que apareceste, como já disse, do nada e vieste em forma de presente. estranho não é? vieste mesmo em forma de presente e eu vi um embrulho, bastante bonitinho até. da minha cor preferida, com desenhos abstractos em cima que te faziam ter um ar misterioso. e eu, a criança que era, senti uma curiosidade enorme de rasgar o papel todo. quer dizer, não rasgar. eras demasiado giro para isso. descolar a fita-cola como todo o cuidado, desdobrar as dobras e ver o conteúdo, porque perguntei para mim própria "então se o embrulho é tão giro, como será o conteúdo?" e pronto, aos poucos desembrulhei-te e havia la dentro uma caixinha. enorme. estranho, nunca tinha reparado que a prenda era tão grande, será que os desenhos abstractos tinham provocado uma certa ilusão óptica? que estranho. mas pronto, abri a caixa e o que é que descobri la dentro? uma data de outras caixinhas, de todos os tamanhos e de todas as cores. imagina então só uma criança a abrir uma prenda e encontrar uma data de outras prendas nessa? fica logo radiante, um sorriso gigantesco estampado na cara. e comecei a abrir aquelas caixinhas todas, uma atrás da outra. descobri coisas incríveis em cada uma delas. e depois chegei há ultima. tinha guardado aquela para ultimo porque tinha achado, desde o principio, que aquela caixa tinha algo de estranho. parecia conter algo muito importante. então, peguei nela com todo o jeitinho e, quando fui para tirar a tampa, esta não saiu. "oi?!" pensei. e tentei outra vez, mas nada. tentei então mais uma vez, com mais força, mas a porra da tampa não saia. e não insisti mais. guardei a caixinha na estante do meu quarto, com a esperança de que, quando crescesse e tivesse ganho mais força com a idade, pudesse pegar de novo nela e então abri-la. e passou o tempo, cresci e ganhei a força necessaria e um dia, decidi ter um confronto com a caixinha, que continuava tão especial a meus olhos tal como no primeiro dia. mas desta vez, deixei-a na estante. não tive coragem de a abrir. aquela coragem que tinha tido há uns tempos atrás tinha-se escondido, algures.

3 comments:

  1. adorei, mas acho que não deves desistir da caixinha. encontra coragem e abre-a :)

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