chapter 19 - feelings are just doing their job: screwing with our mind

Abriu os olhos, sem saber o porquê de os estar a abrir. O Quarto estava escuro e o relógio indicava "05:34 am". Um braço masculino, sobre-posto na sua anca, aquecia-lhe aquela parte do seu corpo, criando-lhe uma sensação agradável. Virou-se lentamente, ficando então com a cara virada contra a face masculina que repousava em cima da almofada. Deixou então que aquela estrutura óssea lhe roubasse a atenção durante uns minutos, até as pálpebras daquele ser destaparam os olhos verdes que trespassaram os seus. Esboçaram ambos um sorriso inocente e, com o seu braço ainda sobre-posto sobre a anca dela, puxou-a para si, colando os seus corpos vestidos um contra o outro.
"Estamos vestidos, deitados em cima de uma cama. Serei o único a ver isto como errado?" questionou ele.
"Não, tens toda a razão. Eu faria melhor de ir vestir uma t-shirt, assim estaremos mesmo completamente vestidos."
"Continuas a mesma. tens sorte que gosto de ti."
"Eu tenho de te dar razões para continuares a gostar de mim e isso impõe eu não mudar."
"Estas a querer confessar que só não mudas porque não queres que eu pare de gostar de ti?"
"Achas mesmo que eu faria esse sacrifício por ti?"
"Não. Como eu disse, continuas a mesma." afirmou ele, escondendo o facto que o que ela tinha acabado de dizer o tinha afectado um pouco. Ficaram a olhar um para o outro durante uns minutos, em silêncio.
"Então 'boyfriend', quando é que me pediste em namoro?"
Steven riu-se e fez cara de quem estava a ponderar.
"Bem, se a minha memoria esta certa, foi há mais ou menos duas semanas, quando fomos jantar os dois ao teu restaurante preferido."
"Ah sim? Bem, já não me lembro de tal coisa acontecer." gozou ela.
"Não te lembras? Não me digas que também não te lembras do beijo que te dei, logo depois de teres aceite o meu pedido de namoro."
"Hmmmmmm...nop!"
"Então espera, deixa-me refrescar-te a memoria." Sussurrou ele, aproximando a sua cara da dela. "Foi algo parecido a isto."
E dito aquilo, deixou os que os lábios de ambos colidissem, partilhando então um beijo intenso. Após beijos inocentes trocados, sentiu a língua dela tocar os seus lábios, como se esta estivesse a pedir a permissão para penetrar a sua boca. Sem pensar duas vezes, deu-lhe então a esperada permissão, acariciando a língua dela com a sua. Aproveitaram aquele momento de cumplicidade, enquanto as mãos de ambos passeavam pelos corpos um do outro.
"Foi mais ou menos isto.' afirmou ele, depois de separar os lábios dos dela.
"percebo então porque é que aceitei. Até que é conquistante."
Riram-se.
"És incrível." disse ele, fixando Chloe com um olhar maravilhado.
"Sou? Então somos perfeitos um para o outro, tendo em conta que tu és espectacular."

Ethan decidiu passar o dia sozinho, para ver se conseguia esclarecer as duvidas que vagueavam pela sua mente. Ele podia tentar escondê-las dos outros, mas não dele próprio. Saiu de casa, depois de ter passado uma noite em branco e foi tomar o pequeno almoço a uma esplanada. mesmo estando com Christina, não conseguia perceber porque é que quando ouviu aquelas palavras da boca de Chloe, ficou tão afectado. Melhor dizendo, foi de imediato bombardeado por ciumes dos quais ignorava a existência. Se calhar não imaginava que houvesse a possibilidade de Chloe arranjar alguém "estável", tendo em conta o passado dela com homens. pelo que ela lhe tinha contado, pouco ou nenhuma experiência tinha em relações sérias, que estava mais em 'episodios de uma noite'.
"Será que deitei tudo a perder?" questionou-se a si próprio.
Dizem que muitas vezes é preciso perder algo, para nos apercebermos do valor que essa coisa tinha. E ele tinha a impressão que tinha acabado de aprender essa lição.
"Senhor?"
Estava tão concentrado nos seus pensamentos que nem tinha reparado que o empregado lhe estava a pedir o que é que ele queria beber.
"Oh, desculpe. Não reparei que.."
"Sim, Sim. Diga la o que quer beber, há pessoas que vivem num mundo que não para."
Ethan realçou as sobrancelhas, com vontade de transmitir a raiva com um murro, mas limitou-se a ficar quieto.
"Um expresso" respondeu calmamente, deixando de propósito e "se faz favor" completamente de lado e juntamente com este, a fome.
O empregado, de trombas, foi então buscar o expresso. Enquanto Ethan se acalmava, recebeu uma mensagem de Christina, a qual não se deu ao trabalho de abrir, enfiando o telemóvel de volta no bolso do casaco.
"Aqui tem o seu expresso." disse o empregado, poisando uma pequena chávena em frente a Ethan. Este aproveitou e pagou logo, dando uma gorjeta generosa, que foi imediatamente agradecida por um sorriso e por um "obrigado" sem arrogância no tom de voz. Ethan pegou na chávena e deu um primeiro golo, deixando o expresso plantar o seu sabor na sua boca. Um sabor amargo, amargo como o seu estado de espírito.

Do outro lado da cidade, Christina esperava impacientemente por uma resposta a mensagem que tinha acabado de enviar a Ethan. Esta, sentada em posição de índio em cima da cama, com o telemóvel em frente dela, pega nele de 20 em 20 segundos para se assegurar que não tinha recebido nenhuma mensagem. mesmo com o som e vibração ligados, como se por azar o seu telemóvel estivesse avariado de modo algum. E após pegar nele vezes sem conta e deparar-se com um ecrã sem aviso de "nova mensagem", era como se a cada vez houvesse um grau de inquietude que era plantado dentro dela, crescendo assim aos poucos e poucos. Decidiu então voltar a pegar no telemóvel, mas desta vez não foi com a esperança, mas sim com a determinação. Carregou no botão "ultimas chamadas" e seleccionou então o numero de Chloe.
"Sim?" respondeu Chloe, do outro lado da linha.
"Chloe, tenho saudades de estar contigo. Bora beber um café?"
"Claro que sim!" conseguia-se interceptar um certo tom surpreendido. "Lugar do costume?"
"Sim, lugar do costume"Confirmou Christina. "Daqui a 30 minutos da-te jeito?"
"Da. estarei la a tua espera então. Até logo."
E desligaram.

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