a sos com a nostalgia

Praia de Sesimbra, por volta das 6 horas da tarde: fim de verão 2007.


eramos uns dos unicos ainda naquela praia. aquela hora, ja toda a gente tinha ido para casa, tomar banho para lavar a areia dos fatos de banho e começar a fazer o jantar para comerem todos juntos, ao verem o telejornal. mas nos ainda la estavamos. decidimos pegar na maquina fotografica e tirarmos fotografias. o sol ja se tinha posto e quando observava o ceu ao pé das roxas ao fundo, decidi tirar uma fotografia que para mim, até hoje, permaneceu a minha fotografia preferida. uma das poucas que guardei daquele verão, o ultimo verão que me lembro ter passado naquela praia, com eles. sinto saudades, admito. muitas, muitas até. o por do sol estava tão bonito, a maré estava calminha, deixando algumas mini-ondas baterem na costa e a areia refrescava os pés que passeavam por ela. sinto falta daqueles dias de paz. sinto falta daqueles dias em que ainda não me preocupava tanto com as coisas como o faço agora. ter so quatorze anos (quase quinze) afinal nem era assim tão mau. para ser sincera, ainda não tinha sentido o sabor da desilusão e da dor. não me passava pela cabeça que poucos meses depois, iria conhecer uma(s) das pessoas que até hoje, depois de tudo, ainda signifca(m) muito. ou então, que o meu proximo verão fosse ser o pior deles todos ou simplesmente o facto de nunca me ter passado pela cabeça que a vida iria dar uma volta de 180 graus. afinal, ainda era uma criança. e naquele dia, isso era algo que ainda não tinha percebido. mas também, não era propriamente o que me passava pela cabeça. faltavam uns poucos dias para voltar a deixar o que eu designava como a minha perfeição e aprontava-me a observar aquele por-de-sol tão perfeito, ouvir o som daquelas ondas e sentir aquela areia uma ultima vez. e contudo isto, limitava-me a esboçar sorrisos inocentes dos quais ninguém sabia bem o porquê. quando penso bem, ja foi ha um tempo e não me lembro bem de tudo, ou melhor dizendo de nada. mas também, quando me ponho a pensar ainda melhor, o pouco que me lembro agora, que antes significou tão pouco, agora significa tanto.