já lá vão os dias em que eu me iludia que tu para mim eras indiferente

agora, mais que nunca, gostava que me aparecesses à frente. agora, mais que nunca, gostava de te dizer o quanto tu a meus olhos não prestas, o quanto sofrimento tu já me proporcionaste, quantas lágrimas já me escorreram pela cara abaixo durante todo este tempo em que a tua ausência era o meu pão do dia a dia e que aliás, continua a ser. por muito mais que me custe olhar para a tua cara, que espelha traços da minha, gostava de poder expressar em palavras a raiva que sinto quando penso em ti. tu nem sequer fazes ideia do aperto que sinto no coração quando tenho de falar sobre ti, não sabes o quão constrangedor é ouvir outras pessoas falarem de ti, como se tu fosses uma pessoa que valesse sequer a pena usar numa frase. neste momento não há nada, pura e simplesmente nada que me fizesse voltar a ter uma relação contigo. nada, ouviste? NADA! desprezo, é o que tu mereces. o oposto do amor não é o ódio, mas sim a indiferença. e infelizmente ainda não consegui chegar a esse ponto e duvido que alguma vez chegue. não sei se é ódio que sinto por ti, mas juro por tudo o que é mais sagrado que uma coisa estranha se começa a formar dentro de mim quando ouço o teu nome, quando penso em ti, quando penso em tudo o que já aconteceu. não sei como é que hei-de conseguir fazer com que estes sentimentos confusos parem de vaguear na minha mente, mas a verdade é que vai ter de haver mais um confronto. ás vezes apetecia-me ferrar as minhas unhas na tua pele, com toda a força, dar murros em todas as partes do teu corpo para tu poderes sentir na flor da pele o que me fazes sentir dentro de mim, na minha alma, no meu coração. nem sequer isso deixaste intacto, nem sequer a coisa mais pura que criaste deixaste permanecer pura. tenho vergonha de ti, de mim por vir de ti. sei que quando os meus olhos se puserem em cima de ti, um dia destes, eu vou começar a chorar e vou sentir a necessidade de gritar. sei isso porque é isso que me apetece fazer agora. porquê? porquê? DIZ-ME! que mal te fiz eu para tu me fazeres isto? saber que se um dia acontecer uma desgraça, o teu apoio irá ser mais que crucial e nem nisso posso contar. tive de riscar isso da minha lista há muitos, muitos anos atrás. detesto pensar nestas coisas mas infelizmente sou obrigada a pensar nisto e a concluir que nem sequer o meu respeito mereces. continuas a ser um ponto fraco meu, o meu tendão de Aquiles, a minha ferida aberta que ao mais pequeno toque, mais pequeno aperto volta a abrir e a sangrar sem parar, criando hemorragias destruidoras. o teu silêncio sempre foi muito barulhento, demasiado barulhento. e quando penso em ti torno-me vazia e aí é quando o teu silêncio ecoa dentro de mim, . os dias em que eu era uma miúda ingénua já vão longe e ás vezes, é aí que gostava que houvesse uma máquina do tempo para me levar para os tempos em que tu não te tinhas tornado na maior decepção da minha vida.

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