«eu acho que não sei»

eu não te percebo. já te o disse uma, duas, três vezes e afins. és complicado e tu sabes disso. não sei se tentas simplificar-te mas o certo é que não é o que está a acontecer. tudo bem que eu também sou complicada. já me o disseste uma, duas, três vezes e afins. mas porra, não sou tão complicada como tu, acho. continuo sem te perceber, és um enigma. não tenho coragem de dizer "meu enigma". não sei se o irias levar a mal, por isso não quero ser muito possessiva. mas olha que vontade não me falta. este jogo às vezes tem a sua graça, admito. antes eu não me dava ao trabalho de pensar muito nas coisas que aconteciam, não me deixava levar tanto. mas agora, agora? nem queiras saber. tornaste-te tão irresistívelmente desejável, nem sequer tens noção. apoderaste-te da minha mente num ápice e aos poucos vais digitando os números do código secreto que ninguém sabe. e tu descobres-os de uma maneira intrigante. não importa quantas vezes digitas o número errado, acabas sempre por digitar o correto, mesmo que dure algumas semanas, e assim adiante. soas-me perigoso, tu pelo amor de Deus não toques no meu coração! pressinto que se o fizeres, vais danificá-lo enquanto, ao mesmo tempo, o alimentas de prazer. estou com uma vontade de escrever sobre ti, preciso de me libertar destes sentimentos, nem que seja só um bocadinho. tu tens o poder de me deixar tão bem, é impressionante. ainda não me fartei de ti, nunca me senti farta de ti, nunca. quando leio o teu nome, sinto um aperto estranho no coração, quando oiço a tua voz, todos os ruídos à minha volta desaparecem, quando olho para a tua cara, não consigo evitar esboçar um sorriso. okay, mas que frase mais lamechas que acabei de escrever! estás a ver como me deixas?

hysteria, by muse